sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O sorriso da avenida

Voltando de Pinheiros hoje na hora do almoço, páro naquele semáforo da Av. Brasil que atravessa a Av. 9 de julho.
Páro, e se aproxima um menino com um sorriso que jamais vi nos "semáforos" de São Paulo. Devia ter uns 11 anos, gordinho, lindo. Vendia pano de chão. Falou através dos meus vidros fechados com ar condicionado ligado "Tia, me ajuda...são 5 por 10 reais! Pano de ótima qualidade!". Aquele sorriso me conquistou. Não titubeei 1 segundo para abrir a carteira e comprar os tais panos.
Foi o sinal abrir para eu começar a chorar. Me passou um filme na cabeça...uma vez um amigo me disse para não ter dó. Eles estão ganhando o pão e faz parte do desenvolvimento deles. Ele mesmo já havia catado latinhas para vender quando era criança... Não é dó. É um sentimento de revolta, indignação. Me corta o coração. Eu passei dificuldades, mas meus pais foram fortes o suficiente para me dar o máximo de condições para eu ser criança. Criança não precisa de muito.
E a prova disso foi que, no semáforo vermelho seguinte (do Monumento `as Bandeiras) , veio uma senhora limpar o vidro do meu carro. O sorriso e a simpatia dela foram tão grandes quanto à do menininho. Olhei para o lado e estava sua filhinha brincando sozinha com uma pipa gigante. Vê como não precisa de muito?
Eu sinceramente ando buscando minha missão nesta vida. Aquela missão como ser humano, com vida neste planeta.
Tenho certeza de que posso ajudar a mudar essa realidade ou alguma outra coisa que me deixa triste e insatisfeita e me faz chorar. Também tenho certeza que o meu mundo vai conspirar a favor disso em algum momento da minha vida.
É só estar atentos aos sinais. A vida nos envia chamados o tempo todo...

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